Foi bom te ver. Foi muito ruim, na verdade. Foi como se o tempo não tivesse passado, como
se o sentimento estivesse apenas adormecido dentro de mim. E sabe o que é
injusto? Você aparecer de repente,
sorrir, me abraçar, fazer meu coração saltar, por fim acordar qualquer coisa
que ainda existisse aqui dentro, qualquer coisa que fosse sobre você. A partir do momento em que seus passos se
fizeram longe dos meus, eu sempre soube que não podia mais simplesmente te ver.
Que não podia mais fechar os olhos e tentar
reviver o que já não era mais. Que não podia mais inventar uma continuação para
a nossa história. Ou, apenas minha história,
afinal eu nunca consegui tirar conclusão alguma diante dos seus atos. Jamais
pude ler as palavras escritas no seu coração. O que você sentia, é um enigma
pra mim. Repleto de segredos, coisas que eu sei que você escondia de você
mesmo. E talvez seja isso que faz com que você não saia daqui de dentro, faz
com que eu persista nisso tudo e insista no desejo de te ter por perto, nem que
seja por um segundo, em todos os meus dias. Sim, é verdade, o tempo passou. Mas
você... Você permaneceu. Dói ter que
aceitar tal realidade. Juro que procuro,
com desespero, pela parte mais racional que há em mim nesse momento. Não
encontro. E não me diga que sou
responsável por meus sentimentos, duvido quem seja, duvido que alguém decida o
que sentir. Quer saber? Me rendo. Admito. Você nunca foi passado e se razão
fosse luz, agora eu estaria no escuro completo.
Isadora Satie
Isadora Satie
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